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FELIPE BRAGA

Célio, um artista de múltiplos talentos

Pode-se dizer que Célio é um artista e tanto, e põe “tanto” nisso: música, poesia, desenho, artes plásticas, artes cênicas e arte final! Sim, arte final! Célio Khouri (lê-se Curi) fez parte da geração da última leva dos pioneiros da publicidade no Brasil. Ainda não existia faculdade, eles aprendiam a profissão com os mais antigos no ramo e olhando anuários de publicidade de diversas partes do mundo. E nada era copiado, senão você era chamado de “chupão” - gíria que eles usavam pra quem imitava as peças publicitárias dos anuários.
Célio possui uma carga artística enorme. Desde criança gosta de desenho e por isso ficou responsável pela arte final dos estúdios e agências publicitárias, passou por diversas instâncias das artes até se aposentar e entrar no ramo das esculturas. E agora, Célio conta um pouco dessa trajetória para a gente.

 

Circuito: Célio como começou o desenvolvimento do seu lado artístico?
Célio: Quando eu comecei a trabalhar em publicidade em São Paulo, eu não pude desenvolver meu lado artístico como outros colegas na época, já que eles tinham condição [financeira] para largar a agência e se dedicar. Eu era novo no ramo. Só que me apaixonei pelo estudo de artes de agência de publicidade, o que tomou muito meu tempo e, no caso das artes plásticas, não ia consegui conciliar as coisas. Mas ao longo dos anos, vim desenvolvendo outros projetos, como gravuras e desenhos. Quando voltei a trabalhar no Rio, participei da fundação da Sociedade dos Poetas Cariocas e de um projeto chamado Versos Noturnos e, tempos mais tarde, tive até uma parceria com Anescarzinho do Salgueiro, que cantarolava música pra mim e eu botava letra. Então quando me aposentei consegui me dedicar às esculturas.
Como foi sua carreira profissional?
Célio: Fui bancário antes de entrar nesse mundo das agencias publicitárias. Eu ia para a rua do Livramento ver Getúlio Delphim, que trabalhava na agência Standard Propaganda, de São Paulo, mas vinha ao Rio para desenhar o “Amigo da Onça” para revista “O Cruzeiro”, e um dia ele me disse “Aparece lá que eu vejo o que arrumo pra ti”. Como os bancos estavam em crise aqui no Rio, arrumei minha mala e fui. Trabalhei dois anos na Standard em São Paulo e depois voltei pra cá, na mesma agência. Trabalhei também na Record, Herald, Esquire, McCann Erickson entre outras, sempre em arte final ou direção de estúdio. Trabalhei também na Fundação Mobral e Embrafilmes, depois fui convidado a trabalhar na comunicação da Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro. Lá prestei serviços ao Theatro Municipal, Sala Cecília Meireles, Casa de Cultura Laura Alvim entre outros. Em 2007 me aposentei pela Funarj como assessor da presidência.
E sua carreira artística?
Célio: Quando eu comecei na publicidade já estudava por correspondência na Escola Panamericana de Artes. O Getúlio Delphim era professor de lá e também o Nicco Rosso, um famoso desenhista de quadrinhos de terror. Em publicidade eu trabalhava com a arte final dos produtos, a finalização dos desenhos, então eu sempre estive no meio. Junto de grandes poetas fundei a Spoc, Sociedade dos Poetas Cariocas, que foi muito famosa na década de 1990, além de vários projetos. O mais famoso foi o “Versos Noturnos”, em que todos os poetas alternativos do Rio passaram. Também escrevi o livro de poesia “Reflexos e Refluxos”. Tive parcerias pra a música também. Eu e Anescarzinho do Salgueiro fizemos várias, porém só duas estão gravadas que saíram no CD “Conexão Carioca”.
O que te fez procurar as artes plásticas?
Célio: Existem cursos em que, a cada 15 ou 20 mulheres, há apenas um ou dois homens. Eu fui um desses, e como sempre gostei de artes plásticas, por coincidência acabei numa aula experimental. Gostei, voltei para mais aulas e fui convidado a participar de exposições. Participei de seis - a primeira foi no Forte de Copacabana, Ganhei seis medalhas, cinco de primeiro lugar e uma de segundo.
O que é preciso para ser um bom artista?
Célio: Ser focado no que se quer ser. Mas isso não é só para ser artista não, é para tudo. Se você quer ser um bom médico, precisa focar e seguir esse foco, essa direção. Mas é preciso disposição, porque muitas vezes é preciso trabalhar e estudar, se misturar com os bons para aprender, ser cara de pau. Mas é preciso saber também sobre sua sensibilidade, a vocação que você pode ter para uma coisa e para outras não. Tem que ser o que você quer, o que você gosta e o que você tem potencial para fazer. Então é preciso três coisas: a vocação, o foco e a procura por pessoas que são referências para misturar com elas ou procurando e pesquisando bastante seus trabalhos.

 

 

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