Foi um ano diferente para as escolas de samba do Rio. Diferente? Sim, com menos dinheiro e, com, mais criatividade. Considero o desfile das escolas de samba do Rio o maior show da Terra. Dito isso, me considero livre e independente para dizer que o desfile é um evento privado.
Será mesmo que verbas públicas deveriam ser direcionadas para as escolas de samba? As agremiações têm dezenas de fontes de recurso e não deveriam depender de governos municipais, estaduais e federal.
Não quero transformar essa questão em um fato político. Não me interessa para onde vai a verba que era destinada ao Carnaval, se vai para escolas, hospitais ou segurança pública.
A verdade é que qualquer outro setor do Rio de Janeiro precisa mais de dinheiro público do que os desfiles de escola de samba.
Ahhhh... se o dinheiro que não for para o samba será investido em coisa séria, é outra história.
Beija-Flor é campeã com desfile politizado
A azul e branco ganhou o Carnaval de 2018 ao levar para a Sapucaí uma pesada crítica social com o enredo “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu” misturando a história de "Frankenstein, de Mary Shelley", com a realidade do nosso país.
Já neste ano, os desfiles ficaram marcados pelo forte apelo político. Além da Beija-Flor, coroada com sua pesada crítica social, a vice-campeã Paraíso do Tuiuti e a quinta colocada Mangueira fizeram desfiles bastante críticos aos governos federal, estadual e municipal.
Empurra que Pega
Para quem gosta de um bloco com uma boa bateria, conhece o "Empurra que Pega". O bloco desfila pela a orla do Leblon, pela avenida Delfim Moreira, indo do Posto 12 ao Posto 11, fazendo à alegria dos participantes.
Dez, nota Dez
A TV Brasil exibiu ao vivo direto da Sapucaí – e com exclusividade! – o desfile das escolas de samba campeãs do Carnaval do Rio de Janeiro com transmissão para todo o país.
Um samba fala mais que mil palavras...
Nós Dois
Cartola
Está chegando o momento
De irmos pro altar
Nós dois
Mas antes da cerimônia
Devemos pensar em depois
Terminam nossas aventuras
Chega de tanta procura
Nenhum de nós deve ter
Mais alguma ilusão
Devemos trocar ideias
E mudarmos de ideias
Nós dois
E se assim procedermos
Seremos felizes depois
Nada mais nos interessa
Sejamos indiferentes
Só nós dois, apenas dois,
Eternamente
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PAULO GARRITANO
É jornalista, sambista e flamenguista
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