História

EDIÇÕES ANTERIORES
O Benjamin Constant Brasileiro - 84
Gago Coutinho, pioneiro navegador - 83
Cosme Velho, o rio Carioca e a Cidade Maravilhosa - 80
Cultura, História e Memória - 78
Rui Barbosa - Uma águia no meio de abutres - 77
Quem é a mulher mais famosa do Brasil? - 75
O Cine Azteca e a cultura Mexicana - 74
Uma joia arquitetônica do modernismo - 73
Tradição das Laranjeiras: Fluminense Football Clube - 72
Árvore de Natal: significados - 71
Onde nasceu o carioca: bairro da Glória - 70
Ginástica - Uma história de esforço, suor e algumas lágrimas - 69
A rua Paissandu: Chique e nobre logradouro do Flamengo - 68
24 de agosto de 1954 e os Jornais - 67
O Largo do Machado, a Santa e a Água - 66
A Praça José de Alencar e os cariocas - 62
Everaldo Pinto e a revista Circuito - 61
Parque Guinle em Laranjeiras - Luxo, Verde e Lazer - 60
Descaso e abandono no Catete 56.
Largo do Boticário: Abandono de dar dó 55.
Uma visionária paisagista e o Parque do Flamengo 54.
O Benjamin Constant Brasileiro
MARIA CLARA PECORELLI
Andando pelas ruas do Circuito, chegamos agora à Glória, destacando a Rua Benjamin Constant, paralela à R. Cândido Mendes. Essa grande figura histórica do início da República Brasileira recebeu seu nome em homenagem ao grande constitucionalista francês, quando os direitos e garantias fundamentais ainda engatinhavam. Seu nome completo era Benjamin Constant Botelho de Magalhães.
Com poucos recursos, ingressou na Escola Militar e serviu na Guerra do Paraguai (1865-70) como engenheiro civil e militar. Apesar desta participação era pacifista, e adepto da doutrina do Positivismo. Tal filosofia acredita na evolução da humanidade em 3 etapas: as duas primeiras têm um foco na religião e no sobrenatural, a teológica e metafísica, mas a última etapa, meta a ser alcançada, seria a positiva, com o triunfo da ciência e da sociedade industrial. O positivismo crê apenas na realidade dos fatos concretos e examinados, não dando importância ao relativismo das diversas visões. Por isso, hoje é menos adotado, mas, pela sua erudição e ideias, Benjamin Constant foi precursor das gerações militares mais intelectualizadas que buscaram a “profissionalização” do exército, o que mais tarde resultaria num forte papel na administração do país.
Depois de Ministro da Guerra, foi nomeado Ministro da Instrução Pública do governo provisório (1890-91), quando promoveu uma importante reforma curricular, além de ter criado novas escolas, inclusive as Normais, de formação de professores, e proposto a descentralização da educação.
Durante muitos anos dirigiu o Instituto dos Meninos Cegos, para educação de crianças deficientes visuais, que a partir de 1890 teve o nome alterado para Instituto Benjamin Constant, funcionando até hoje.
A partir de 1972, a casa onde ele morou em Santa Teresa se tornou o Museu Casa de Benjamin Constant, que expõe o mobiliário original do séc. XIX, e realiza pesquisas em História e Sociologia sobre o Brasil da virada do séc. XIX para o XX.
Muito precisamos aprender e saber sobre as origens da nossa já degastada república, sobre direitos, garantias e constituições. Essas, mais do que nunca.